A cada dia é mais comum ver passageiros transportando pets pelos aeroportos brasileiros, principalmente cães e gatos. As companhias aéreas tem se empenhado para garantir o cuidado e segurança dos animais, porém temos visto ultimamente alguns casos polêmicos envolvendo esse assunto.

O especialista em comportamento animal Cleber Santos, da Comportpet, alerta para cuidados que os tutores devem ter, e que vão além das burocracias e obrigatoriedades, como documentação, registros, vacinas entre outras.

Cleber alerta que é essencial se preocupar como esse animal vai se comportar viajando sozinho durante as duas, três horas (ou até mais) em um local escuro e com pouca ventilação, dentro de uma caixa de transporte.

Para evitar fatalidades, é muito importante que o tutor se preocupe com toda a parte comportamental e adaptação do animal antes da viagem. Esses 5 passos básicos garantem que seu cão ou gato esteja em condições de viajar sozinho.

1. Ambientação à caixa de transporte

A primeira coisa quando nós temos um cão ou gato e sabemos que ele vai viajar, seja ele filhote ou adulto, é treiná-lo e adaptá-lo à caixa de transporte. Muitos podem ficar nervosos e ansiosos, o que pode levar até ao óbito por estresse. Então é muito importante que haja uma pré-adaptação à caixa de transporte de forma positiva.

Essa caixa precisa ser inserida como parte do ciclo diário dele, ou seja: garantir que ele consiga entrar e sair da caixa sozinho sentindo segurança, deixar que ela esteja presente no momento dele dormir, no momento da alimentação, criando associações positivas para que ele entenda que a caixa de transporte é algo que faz parte do cotidiano.

Pegar um cão que nunca usou a caixa de transporte e de repente trancá-lo por 2 ou 3 horas, traz uma sensação de abandono. Assim como uma pessoa que tem pânico de multidão ou locais fechados como elevadores e cômodos apertados, o animal pode acessar essa sensação de desconforto e ficar apavorado. Isso afeta sua respiração e também a sua parte sanguínea, podendo levar à uma parada cardíaca.

2. Alimentação leve

A alimentação na véspera da viagem também precisa ser bem pensada. O animal precisa ter uma boa alimentação, mas sem excessos. Ele não deve estar com o estômago cheio para não vomitar, pois pode ficar envolto na sujeira. A alimentação leve também evita que, em uma situação de estresse, ele passe mal e se engasgue com o próprio vômito, algo que também é muito perigoso e pode levar ao óbito.

3. Gastar bastante energia

É ideal que os cães também façam passeios, caminhadas, ou até que fiquem na creche ou daycare brincando bastante no dia anterior à viagem, para que estejam com a energia bem equilibrada na hora do voo.

4. Dimensão da caixa de transporte

A dimensão da caixa de transporte é muito importante: O cão ou gato precisa conseguir ficar tanto de pé, quanto conseguir fazer um círculo de 360°, para que ele consiga se movimentar, se esticar, e ter um espaço confortável

5. Entretenimento à bordo

Deixar à disposição durante o voo brinquedos, estímulos e objetos para roer, para que o animal passe o tempo todo se distraindo e interagindo com esses objetos na caixa.

Cuidados devem ser redobrados ao término do voo

Pronto! Você e seu pet chegaram ao destino de sua viagem. E agora?

No caso específico dos cães, ao sair do voo, é importante não oferecer nada para eles de imediato. Primeiro deve-se retirar o cão da caixa de transporte e deixá-lo dar uma volta, fazer suas necessidades, de preferência em algum local mais aberto, para que ele retome a sua pressão sanguínea e respiratória. Depois de uns 15 ou 20 minutos, oferecer a água ou o alimento para ele, sempre dando preferência aos alimentos mais leves.

Se o animal apresentar estresse ou qualquer tipo de fobia, ou se não se adaptar à caixa de transporte, o correto é que ele não viaje, pois a chance de passar mal durante o voo é muito maior. Essa adaptação pode levar até três meses para se concluir, então o planejamento prévio para a sua viagem é muito importante.