TAAG quer se consolidar como melhor opção para conectar brasileiros à África

O Brasil sempre foi um mercado estratégico para a TAAG Linhas Aéreas de Angola, e atuação da empresa por aqui já conta com quase quatro décadas de história. Nessa entrevista exclusiva, o Pronto Pra Viajar conversou com Rebecca Meadows, diretora da TAAG para o Brasil, sobre os desafios e as oportunidades que a companhia enfrenta, seu papel como hub de conexões para a África, e as inovações que estão por vir. Desde a busca por ampliar o reconhecimento entre os brasileiros até a inauguração do novo aeroporto em Luanda, discutimos como a TAAG está se consolidando como uma alternativa atraente para passageiros que buscam tanto negócios quanto lazer no continente africano.

Rebecca Meadows, diretora da TAAG Linhas Aéreas de Angola

Confira a entrevista na íntegra:

PPV: Como você avalia a presença e atuação da TAAG no Brasil atualmente? Quais têm sido os principais desafios e conquistas da companhia no mercado brasileiro?

Nós operamos voos para o Brasil desde 1985, inicialmente conectando-se a São Paulo e, por um período, ao Rio de Janeiro. A companhia aérea era bastante reconhecida entre empresas do setor de construção civil e petróleo, mas pouco conhecida entre passageiros de outros segmentos.

O desafio atual é consolidar a marca como uma referência no setor aéreo, conectando a América do Sul à África. Desde 2021, estamos trabalhando para nos desenvolver como uma companhia aérea que oferece não apenas voos diretos para Angola, mas também atua como um hub para a África. Além disso, mantém voos para Lisboa, em Portugal, reforçando os laços históricos, comerciais e culturais.

PPV: O setor aéreo internacional tem passado por transformações importantes, tanto econômicas quanto tecnológicas. Quais são os maiores desafios que a TAAG enfrenta no Brasil e quais oportunidades você enxerga para a companhia crescer no país?

Todas as companhias aéreas enfrentaram grandes desafios, especialmente devido à pandemia. Assim como outras, nós estamos focados em aprimorar a experiência dos passageiros a bordo. O objetivo é apresentar a nova TAAG aos brasileiros, não apenas aos que viajam a negócios para Angola, mas também aos que desejam conectar-se a diversos destinos africanos, seja por trabalho ou lazer.

Um diferencial importante é o idioma, pois os brasileiros não enfrentam dificuldades de comunicação durante todo o trajeto até o destino – todos falam português. Para o primeiro viajante, essa preocupação não existe ao voar com a TAAG.

PPV: Como a TAAG se diferencia de seus concorrentes que operam a partir do Brasil para África, mesmo que com escalas? Quais são os principais pontos de força da companhia?

A cultura, o idioma, a gastronomia e a história de Angola e do Brasil são muito ricas, apresentando semelhanças que, muitas vezes, são desconhecidas por muitos. Viajar com escalas em Luanda é uma experiência simples, e com a inauguração do novo aeroporto prevista para novembro, essa experiência se tornará ainda mais excepcional.

PPV: Como a instabilidade econômica global e as flutuações cambiais afetam as operações da TAAG no Brasil? Quais estratégias a empresa tem adotado para lidar com esses impactos e manter a competitividade?

A instabilidade econômica e a flutuação cambial impactam todas as companhias aéreas, e nós não somos exceção. No entanto, muitos ainda não conhecem a TAAG como uma excelente alternativa para conexões na África, nem estão cientes do potencial turístico de Angola. Isso representa uma grande oportunidade a ser explorada no Brasil.

Com a inauguração do novo aeroporto e a chegada de novas aeronaves ainda este ano e nos próximos, nós teremos a capacidade de conectar cada vez mais passageiros à maravilhosa África, utilizando tecnologia de ponta.

PPV: A digitalização e o uso de novas tecnologias têm transformado a experiência dos passageiros. Quais inovações tecnológicas a TAAG está implementando para melhorar a experiência do cliente e otimizar suas operações?

Nós estamos desenvolvendo um novo site para proporcionar uma experiência mais avançada aos passageiros, e suas novas aeronaves contarão com o que há de mais moderno em tecnologia. Além disso, as aeronaves atualmente em operação também estão passando por atualizações e renovações.

PPV: Além do Brasil, a TAAG tem planos de expandir sua atuação para outros mercados na América Latina? Quais são os critérios usados pela empresa para avaliar a viabilidade de novos destinos?

Os planos estão em andamento e devem se concretizar nos próximos anos, à medida que as novas aeronaves chegarem. A maior dificuldade que qualquer companhia aérea enfrenta hoje é a disponibilidade de aeronaves no mercado. Novos destinos dependem da demanda, de boas parcerias aéreas e das condições da economia global.

PPV: A TAAG é uma das principais responsáveis pelas conexões entre a África e a América Latina. Como essa conectividade tem evoluído e quais são as perspectivas futuras para aumentar as trocas entre esses dois continentes?

Desde 2021, estamos concentrados em nos desenvolver como uma companhia aérea que não apenas oferece voos diretos para Angola, mas também atua como um hub para a África. Com a adição de novas aeronaves, esperamos que essa conectividade cresça ainda mais.

PPV: A sustentabilidade é uma questão fundamental para o setor aéreo. Quais iniciativas a TAAG tem adotado para minimizar seu impacto ambiental e contribuir para um futuro mais sustentável?

A sustentabilidade é uma questão fundamental para o setor aéreo, e nós estamos comprometidos em adotar iniciativas para minimizar seu impacto ambiental e contribuir para um futuro mais sustentável. Embora não tenha todos os detalhes específicos, posso mencionar que os novos aviões da companhia vêm equipados com tecnologias que promovem a economia de combustível e reduzem o nível de ruído.

PPV: Como você avalia a infraestrutura dos aeroportos brasileiros em termos de capacidade de atender às necessidades de seus passageiros? Há melhorias que você acredita serem necessárias?

Com as novas concessões dos aeroportos brasileiros, o atendimento aos passageiros tem melhorado significativamente. No entanto, sempre há oportunidades para aprimoramentos.

PPV: Como a TAAG equilibra suas políticas de preços para ser competitiva no Brasil, um mercado conhecido por ser sensível a variações de mercado? Quais são as estratégias da companhia para oferecer tarifas atrativas sem comprometer a qualidade do serviço?

Para nós, a qualidade de serviço é primordial, e proporcionar um atendimento ao cliente cada vez melhor é uma prioridade. Assim como em todas as companhias aéreas, a política de preços está relacionada à competitividade e à demanda, sendo uma questão constantemente abordada.

PPV: O uso de combustíveis sustentáveis tem sido amplamente discutido no setor aéreo. A TAAG tem iniciativas voltadas para a adoção de combustíveis alternativos ou outras medidas para reduzir sua pegada de carbono?

Nós ainda não implementamos as iniciativas voltadas para a adoção de combustíveis sustentáveis ou outras medidas específicas para a redução. No entanto, estamos atentos às discussões do setor e pode considerar essas opções no futuro.

PPV: Quais são as suas expectativas para o futuro do setor aéreo, especialmente em termos de mudanças tecnológicas, ambientais e de comportamento dos consumidores? Como a TAAG está se preparando para essas transformações?

O setor aéreo é muito sensível a qualquer mudança econômica e precisa se adaptar diariamente às novas tecnologias. De maneira geral, a aviação tem buscado soluções para essas adaptações, e nós estamos focando nisso com todas as mudanças implementadas nos últimos anos.

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